Você já viu o orçamento do projeto que você aprovou dobrar de tamanho? Quantas revisões de cronograma você já recebeu, porque as atividades eram mais complexas do que o imaginado? Esse cenário ocorre constantemente no mundo corporativo e possivelmente você mesmo, sua diretoria ou conselho já se sentiram inseguros com um projeto por ele estar exposto à uma série de eventos não previstos.
Este é o primeiro de uma série de posts deste blog sobre o tema Gestão de Riscos, uma abordagem que responde a essas perguntas e torna-se cada vez mais uma obrigação nas organizações. Ao final desta série, esperamos que você tenha capacidade de avaliar e criticar os processos de gestão da organização na qual trabalha.
Neste post introdutório, analisamos o que são riscos e como a gestão de riscos surgiu. No próximo post, apresentamos os principais frameworks de Gestão de Riscos atualmente no mercado. No terceiro post, indicamos como você deve levantar os riscos na sua organização. Em seguida, as possíveis respostas aos riscos são explicadas e, finalizando, apontamos como você pode implantar a Gestão de Riscos.
O que esperar da Gestão de Riscos em sua organização
As organizações estão cada vez mais interessadas na implantação de uma Gestão de Riscos, especialmente aplicada na Gestão de Projetos. Ela melhora sensivelmente o planejamento e gera, dentre outros benefícios, melhoria na tomada de decisão, otimização de recursos e proteção (por compliance) aos seus diretores e gestores.
Porém, apesar dos benefícios, vale o alerta: a Gestão de Riscos não é uma solução mágica, um deus ex-machina que surge para resolver seus problemas de planejamento. A Gestão de Riscos – prepare-se para o choque de realidade – não eliminará as incertezas que seus projetos enfrentam. A incerteza, como veremos, é inerente ao próprio conceito do que é “risco”. No entanto, a diferença agora, é que você e sua organização terão consciência da exposição à essa incerteza e, principalmente, saberão como reagir frente a ela.
O que é “risco”?
A origem da Gestão de Riscos, como indicado do interessantíssimo e recomendado Desafio aos Deuses: A Fascinante História do Risco (Against the Gods: The Remarkable Story of Risk – de fácil leitura e também altamente referenciado em artigos acadêmicos), começa junto com a evolução da análise probabilística na matemática. Isso se dá pela própria definição de riscos: eles estão sempre ligados à um evento incerto (ou seja, que pode ou não acontecer).
Numa definição ampla do que é risco, encontramos que ela combina vários elementos:
1) O que pode acontecer;
2) Qual a chance de acontecer; e
3) Caso aconteça, quais as consequências.
Para entender todos os posts que seguirão, é importante dissecarmos essa definição, chegando ao que chamamos de “anatomia do risco“: